EXERCÍCIOS – (LITERATURA)
- p. 31-32
3. Além
de identificar sua origem – Frodo é um hobbit – Elrond preocupa-se em destacar
sua coragem, dizendo que poucos enfrentaram perigos maiores ou dedicaram-se a
missão mais urgente para chegar até a terra dos elfos (Valfenda).
4.
Além
da coragem de enfrentar “ perigos maiores” para chegar até Valfenda, Frodo também
assume a missão de levar o Um Anel até a montanha da Perdição, apesar de não
saber sequer qual caminho seguir. Mostra, com isso, que está disposto a
arriscar a própria vida em nome do bem comum. Ele se dispõe a enfrentar o
desconhecido, mesmo sentindo um “grande pavor” e um “ um desejo incontrolável de
descansar e permanecer em paz”. Com esse gesto, Frodo qualifica-se como herói, porque
ignora sua própria vontade, supera seus medos interiores e sacrifica-se em nome
da sobrevivência de diferentes povos.
5.
“É
chegada a hora do povo o condado quando deve se levantar de seus campos
pacíficos para abalar as torres e as deliberações dos Grandes”.
6.
Quando
Elrond se pronuncia, após ouvir a declaração de Frodo (“Levarei o Anel”), deixa
claro que apenas ele tem condições de cumprir essa missão: “penso que essa
tarefa é destinada a você, Frodo; e que, se você não achar o caminho, ninguém
saberá”.
7.
As
palavras e Elrond sugerem que, além de predestinado, ele precisa, também,
demonstrar seu valor, passando por uma série de provocações. Apesar de a tarefa
ser difícil e ele saber que pode falhar, o herói a assume livremente. Nesse sentido,
explicita-se sua noção de dever, porque reconhece caber a ele enfrentar o
desafio de realizar uma tarefa tão pesada.
p.
38
1.
Dantès
é tomado pela solidão e pelo desespero. Ao se ver só, considera a possibilidade
de suicidar-se, mas desiste da ideia quando se recorda da vingança que ainda
tem de praticar contra os responsáveis pela ruína de sua vida.
2.
O
trecho é o seguinte: “- Morrer!... oh! não, não! – exclamou; - não valia a pena
ter vivido tanto tempo, padecido tanto, para morrer agora! Morrer era bom,
quando o resolvi em outro tempo, há muitos anos; mas hoje seria realmente
auxiliar muito o meu miserável destino. Não, quero viver; quero lutar até o
fim; quero reconquistar a ventura que me foi roubada. Antes de morrer
esquecia-me de que tenho de vingar-me dos meus algozes, e talvez, quem sabe? de
recompensar a alguns amigos”.
3.
O
suicídio seria uma saída fácil demais e jamais poderia ser aceita pelo herói.
Como o próprio Dantès afirma, seria ajudar o “destino miserável” que lhe foi
reservado. Ao herói, só cabe uma atitude: recusar tal saída e enfrentar as
adversidades, superando todos os obstáculos que se apresentarem no seu caminho.
Ao fazê-lo, evidencia sua dimensão heroica.
4.
A
fuga de Dantès é espetacular e praticamente milagrosa: depois de ter atirado às
águas, com uma bola de ferro atada aos pés, ele se liberta e vence os perigos
do mar. Vemos o herói, aqui, superando a si mesmo e aos elementos da natureza.
Toda a cena é cheia de ação e suspense, com a vitória de Dantès sobre todas as
dificuldades de uma situação que o coloca próximo da morte.
EXERCÍCIOS –
(LÍNGUA) - p. 199-200
1.
1ªtira:
“Colocar [alguém] em um pedestal”. 2ªtira: “Ver a vida passar diante dos
olhos”.
- A expressão “colocar [alguém em um pedestal]” significa endeusar uma pessoa, tratando-a de modo idealizado. A expressão “ver a vida passar diante dos olhos” faz referência a situações de grande tensão ou perigo em que as pessoas costumam se recordar de fatos importantes e momentos cruciais que marcaram sua vida.
2.
1ªtira:
Helga, quando diz que o marido a coloca em um pedestal, refere-se literalmente
ao fato de que ele a auxilia a subir em uma plataforma (pedestal) para
conseguir alcançar os lugares altos no momento da faxina. 2ªtira: quando o
narrador da tira diz que Pancho, o cubo de gelo, vê sua vida inteira passar
diante dos olhos, refere-se, literalmente, àquilo que dá “vida” à personagem,
ou seja, à água congelada. Como faz muito calor e Pancho está derretendo, é a
sua “vida” que escorre diante de seus olhos.
- No caso da 1ªtira, Helga conversa com uma amiga enquanto toma chá e esta entende, como também o leitor, o sentido figurado da expressão usada “colocar alguém [Helga] num pedestal. O efeito de humor na 2ªtira é causado pelo deslocamento súbito do sentido figurado para o sentido literal.
3.
No
1ºquadrinho, há duas personagens conversando em meio a um monte de lixo. Essa
imagem nos remete a outras que frequentemente vemos quando são mostrados os
lixões que existem pelo país. Além disso, há alguns recursos visuais que
representam características desses lixões, como moscas sobrevoam o lixo e as
pequenas espirais que sugerem o odor desprendido do lixo ali depositado.
- No segundo quadrinho, observa-se, em frente ao lixão, um espaço tipicamente urbano. Há um carro passando, uma mulher caminhando de mãos dadas com uma criança e placas indicando um restaurante, uma escola, uma livraria, um cinema e um hospital.
4.
A
cor está presente no espaço urbano, enquanto o lixão foi desenhado em preto e
branco. Para os que vivem do lado “colorido”, há vários elementos que garantem
direitos básicos de cidadania: habitação, alimentação, educação, saúde. Do lado
sem cor, há somente o lixão. O que nos leva a concluir que as pessoas que vivem
desse lado não têm acesso às condições mínimas de vida digna.
5.
“Só
poder atravessar a rua”.
- Interpretada em seu sentido literal, a fala deveria ser entendida como poder atravessar de um lado para o outro da rua. Interpretada em sentido figurado, essa fala representa a esperança da personagem de que as eleições possam transformar as condições em que vive e lhe deem acesso a condições mais dignas de existência.
6.
O
sentido figurado. Compreender que “atravessar a rua” significa ter acesso a uma
vida digna é condição para que a crítica feita pelo autor seja entendida.
EXERCÍCIOS – (PRODUÇÃO DE TEXTO) –
p. 278
1.
Mercedes
procura se apresentar ao analista, Conversa, portanto, sobre o seu perfil.
2.
Mercedes
parece incomodada com a sua multiplicidade. Quando afirma que não consegue se
“distinguir”, está dizendo que não é capaz de definir de modo preciso a sua
identidade.
- É pouco provável que, na década de 40, um problema como esse fosse típico da vida das mulheres. Embora algumas importantes conquistas feministas já tivessem ocorrido, pode-se supor que o questionamento do próprio papel social não fosse ainda um tema de discussão como acontece hoje em dia. É ainda menos provável que as mulheres da época fossem procurar um psicanalista para resolver seus problemas. Como o papel social da mulher era claramente definido, naquele momento, a possibilidade de ela se “perder” em uma infinidade de características conflitantes, como acontece com Mercedes, era mínima, embora vivências individuais de mulheres, ao longo da história, possam apontar para o contrário. São exemplo disso Joana D’Arc, Anita Garibaldi, Virgínia Woolf, entre outras.
3.
O
que Mercedes quer dizer é que pensa como um homem, mas sente como mulher. Ou
seja, reconhece como masculinas características próprias de seu modo de ser e
ver o mundo, porque não se encaixa em uma imagem estereotipada de mulher
(“Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa”). O fato de ter um cérebro que
funciona a partir do que ela supõe serem princípios “masculinos” é que
determina o seu “hermafroditismo”.
- Segundo a personagem, mesmo que seu modo de pensar tenha características masculinas, as pessoas veem apenas a sua aparência, que é claramente feminina.
4.
Os
trechos são: “odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações”, “sou [...]
um verdadeiro desastre na cozinha”, “peça para eu arrumar uma cama e estrague
meu dia”, “vida doméstica é para gatos”.
- Como vimos, na formação discursiva predominante na década de 40, os temas e termos associados ao perfil de mulher ideal a caracterizam como dona de casa perfeita, alguém que se realiza na execução das tarefas domésticas. O texto de Martha Medeiros apresenta uma personagem que se recusa a se submeter a estereótipos femininos. Para Mercedes, ser mulher significa ser versátil, ter muitas faces. Essas marcas textuais sugerem uma formação discursiva na qual a imagem de mulher está associada à possibilidade de ser como quiser, não ter de seguir padrões sociais previamente estabelecidos, ter a liberdade para escolher o que julga melhor para sua vida.