sábado, 16 de março de 2019

CARTA DO LEITOR - Prof.ª Erika


CARTA AO LEITOR – EXEMPLOS
MASSACRE EM SUZANO

Que tristeza
A tragédia que se abateu sobre os estudantes de Suzano chocou a todos nós. Apontar com precisão suas causas é difícil e arriscado, pois cairíamos facilmente no lugar-comum dos discursos sociológicos e políticos. Prefiro chorar como os pais que perderam seus filhos e os professores que perderam seus alunos. Suponho não haver dor maior. Bullying, condição social adversa, etc., nada justifica tamanho desastre. O desamor caiu impiedosamente sobre uma escola que se propõe a preparar jovens para a vida. Mesmo habituados à brutalidade do dia a dia, sentimos imensa tristeza. Não se pode afirmar categoricamente que atos como esse decorrem da banalização do uso de armas de fogo, mas parece óbvio que as reiteradas manifestações nesse sentido influenciam a juventude, que também é estimulada por simulações de atraentes jogos eletrônicos. A facilidade de acesso a esses incríveis passatempos abre caminho para atitudes mórbidas de consequências imprevisíveis. Quisera poder abraçar, um a um, todos os professores, funcionários, pais e alunos dessa escola. Na impossibilidade, abraço-os espiritualmente – se é que isso é possível.
FLAVIO TINÉ
São Paulo

Resultado da omissão
Massacre, tragédia, atentado, chacina, assassinatos em série, que importa o nome que possamos dar a esse terrível acontecimento? Não se trata de buscar culpados, mas, sim, responsáveis pela educação. Lembramos que o lar é a primeira escola da criança. É com os pais, a família, que os filhos aprendem a dar os primeiros passos, aprendem a falar, a ouvir e a respeitar regras que lhes são apresentadas. Cabe à família estabelecer valores éticos, morais e sociais ao longo da vida dos filhos. A segunda família da criança é a escola, onde ela aprende a conviver com o diferente, a respeitar o próximo, a fazer amigos, a discernir o que é bom do que não é, pondo em prática o que aprendeu em casa. Inicia-se aí um processo de escolhas na vida da criança, em que o papel dos pais é fundamental, mas não só, a escola também ajuda na formação dos alunos. E por que esse acontecimento choca a todos nós? Por medo ou omissão, muitos pais deixam de exercer sua autoridade sobre os filhos, impondo regras e limites. Afirmo sem medo de errar, criança gosta de limites e pede por eles, mas muitos pais preferem mimá-los, não contrariá-los. Eis o resultado.
IZABEL AVALLONE
São Paulo

Não acredito que a violência esteja ligada a jogos violentos ou assédio. Na história, sempre existiram violência, tragédias, assassinatos em massa. O que mudou foi a maneira como preparamos nossos filhos. Não os ensinamos a enfrentar dor e frustração em saber que nem sempre tudo vai dar certo.
Vanessa Aires de Oliveira Barros (Belo Horizonte, BH)

A tragédia seria evitada somente se ninguém estivesse armado (“Major Olímpio diz que tragédia em Suzano seria evitada se professores estivessem armados”). Que tal, em vez de fazer apologia do armamento, realizar o controle e o combate do tráfico de armas? Esse seria o papel de um senador, e não o de incentivar o armamento das pessoas.
Roberto Lourenço (Sorocaba, SP)


PROPOSTA DE REDAÇÃO
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