CARTA AO LEITOR – EXEMPLOS
MASSACRE EM SUZANO
Que tristeza
A
tragédia que se abateu sobre os estudantes de Suzano chocou a todos nós.
Apontar com precisão suas causas é difícil e arriscado, pois cairíamos facilmente no lugar-comum dos discursos sociológicos e
políticos. Prefiro chorar como os pais que perderam seus filhos e os
professores que perderam seus alunos. Suponho não haver dor maior. Bullying,
condição social adversa, etc., nada justifica tamanho desastre. O desamor caiu
impiedosamente sobre uma escola que se propõe a preparar jovens para a vida. Mesmo
habituados à brutalidade do dia a dia, sentimos imensa tristeza. Não se pode
afirmar categoricamente que atos como esse decorrem da banalização do uso de
armas de fogo, mas parece óbvio que
as reiteradas manifestações nesse sentido influenciam a juventude, que também é
estimulada por simulações de atraentes jogos eletrônicos. A facilidade de
acesso a esses incríveis passatempos abre caminho para atitudes mórbidas de
consequências imprevisíveis. Quisera poder abraçar, um a um, todos os
professores, funcionários, pais e alunos dessa escola. Na impossibilidade,
abraço-os espiritualmente – se é que isso é possível.
FLAVIO TINÉ
São Paulo
Resultado da omissão
Massacre,
tragédia, atentado, chacina, assassinatos em série, que importa o nome que
possamos dar a esse terrível acontecimento? Não se trata de buscar culpados,
mas, sim, responsáveis pela educação. Lembramos
que o lar é a primeira escola da criança. É com os pais, a família, que
os filhos aprendem a dar os primeiros passos, aprendem a falar, a ouvir e a
respeitar regras que lhes são apresentadas. Cabe à família estabelecer valores éticos, morais e sociais ao longo
da vida dos filhos. A segunda família da criança é a escola, onde ela
aprende a conviver com o diferente, a respeitar o próximo, a fazer amigos, a
discernir o que é bom do que não é, pondo em prática o que aprendeu em casa.
Inicia-se aí um processo de escolhas na vida da criança, em que o papel dos
pais é fundamental, mas não só, a
escola também ajuda na formação dos alunos. E por que esse
acontecimento choca a todos nós? Por
medo ou omissão, muitos pais deixam de exercer sua autoridade sobre os filhos,
impondo regras e limites. Afirmo sem medo de errar, criança gosta de limites e
pede por eles, mas muitos pais preferem mimá-los, não contrariá-los.
Eis o resultado.
IZABEL AVALLONE
São Paulo
Não
acredito que a violência esteja ligada a jogos
violentos ou assédio. Na
história, sempre existiram violência,
tragédias, assassinatos em massa. O que mudou foi a maneira como
preparamos nossos filhos. Não os
ensinamos a enfrentar dor e frustração em saber que nem sempre tudo vai dar
certo.
Vanessa
Aires de Oliveira Barros
(Belo Horizonte, BH)
A
tragédia seria evitada somente se ninguém estivesse armado (“Major
Olímpio diz que tragédia em Suzano seria evitada se professores estivessem
armados”). Que tal, em vez de
fazer apologia do armamento, realizar o controle e o combate do tráfico de
armas? Esse seria o papel de um senador, e não o de incentivar o armamento das
pessoas.
Roberto
Lourenço (Sorocaba, SP)
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Reúnam-se
em grupos, de até quatro integrantes, e escolham um jornal ou uma revista para
leitura. Selecionem, na publicação escolhida, uma matéria ou reportagem que
seja interessante e que, do ponto de vista de vocês, mereça comentários, quer
positivos, quer negativos, ou ainda dos dois tipos. Escrevam, então, uma carta
ao jornal ou à revista, comentando a matéria ou reportagem. Na assinatura da
carta, pode constar o nome dos integrantes do grupo e a identificação da turma
e da escola.