Neocolonialismo e Imperialismo do Século XIX
A Segunda Revolução Industrial
1ª Revolução Industrial: No século XVII, a Inglaterra promoveu duas
grandes revoluções, a Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688).
Com essas revoluções, a Inglaterra resolveu seus problemas com o absolutismo e
colocou a burguesia no poder. A partir do século XVIII, a monarquia
parlamentarista passou a priorizar o lucro individual e o desenvolvimento
industrial. Os novos investimentos
aliados a posição insular (ilha), ao êxodo rural (cercamentos) e ao
desenvolvimento de novas tecnologias (maquina a vapor) permitiram a Inglaterra
promover a Primeira Revolução Industrial.
2ª Revolução Industrial: O grande desenvolvimento do capitalismo e
da burguesia por toda a Europa expandiu a industrialização para toda a Europa,
Eua e Japão. Essa expansão que vai além das fronteiras do Império Britânico
ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial.
Europa: O sucesso da burguesia inglesa com a industrialização despertou o
interesse da classe em todas as regiões do mundo. Cada país europeu promoveu a
sua maneira a revolução industrial, alguns em meio ao absolutismo, outros em
meio a processos revolucionários. Entre os países da Europa continental a
França ganha destaque. A burguesia francesa finalmente se estabiliza no poder
com o Império Napoleônico (1799 – 1815) e cria as condições necessárias para o
seu desenvolvimento industrial.
EUA: Após o fim da Guerra de Secessão (1861 – 1865), os EUA deram um grande
salto no seu processo de industrialização. Com a vitória, o norte
industrializado impôs seu projeto modernizador que aboliu a escravidão, amparou
a produção agrícola e industrial, estimulou a imigração e incentivou a ocupação
do oeste.
Japão: Até a segunda metade do século XIX, o Japão era governado pelos Xoguns
que priorizavam a supremacia da cultura japonesa e o feudalismo samurai. A
partir de 1868, uma revolução acabou com o xogunato e iniciou a Era Meiji (Era
das Luzes). Com grande influência dos EUA, o Japão procurou se modernizar,
investindo pesado na industrialização, na criação de infra-estrutura e na
educação.
Desenvolvimento do Capitalismo: Até meados do século XIX as indústrias
tinham caráter familiar e cresciam de acordo com seus próprios investimentos.
Esse período é conhecido como Capitalismo
Industrial. Porém, a partir de 1880, com o surgimento de novas tecnologias,
a necessidade de investimentos aumentou e a produção familiar já não era
suficiente. Com ajuda das instituições bancárias, criou-se um sistema de
financiamentos e de mercado de ações. Começava a era do Capitalismo Financeiro. A nova política de investimentos garantiu
ao período uma forte aceleração industrial.
Novas Tecnologias: Durante o século XVIII, a mecanização da
produção foi impulsionada pela invenção das máquinas a vapor (James Watt,
1777). Durante o século XIX, novas tecnologias e fontes de matéria prima
impulsionaram ainda mais o processo industrial.
o O Aço: O aço é um liga metálica formada essencialmente por carbono e ferro,
que é mais maleável e resistente, no entanto até a segunda metade do século
XIX, a produção do aço era muito cara, limitando seu uso industrial. Em 1856, o
engenheiro e inventor Henry Bressemer descobriu uma forma de facilitar e
baratear a produção de aço. Até hoje o aço é uma das ligas metálicas mias
utilizadas pelas indústrias.
o Petróleo: Registros históricos mostram que o petróleo é utilizado desde a
Pré-História. Civilizações antigas usavam o petróleo para pavimentar estradas,
calafetar construções e iluminar casas. No império Romano, a petróleo era usado
em flechas incendiárias. Em 1850, o químico escocês James Young desenvolveu o
refino de petróleo a partir do carvão mineral e do xisto. Desde então, o
petróleo foi progressivamente substituindo o carvão mineral em vários processos
industriais.
o Motor de Combustão Interna: Em 1858, o engenheiro Belga Étienne Lenoir
inventou o primeiro motor a combustão interna que transformava energia térmica
em energia mecânica. Durante a década de 1870 o motor foi aperfeiçoado e passou
a ser fonte motriz de varais máquinas e equipamentos. Inicialmente, os motores
usavam gás natural. Aos poucos a combustão passou a funcionar a base da
gasolina e óleo diesel (petróleo).
o Dínamo: Inventado em 1871 pelo inventor belga Zénobe Gramme, o dínamo era capaz de transformar a energia mecânica em energia
elétrica. No inicio do século XX a eletricidade popularizou-se e passou a ser
cada vez mais utilizada nas fábricas, nos transportes e na iluminação pública.
o O Automóvel: Entre os séculos XVII e XIX, vários inventores
buscaram adaptar a máquina a vapor a carruagens buscando revolucionar o
transporte. No entanto, somente após a invenção do motor a combustão interna
que a construção do automóvel foi possível. Em 1885, O alemão Karl Benz
(Mercedes-Benz) conseguiu adaptar uma carruagem ao motor de combustão criando
assim o primeiro automóvel moderno.
o O Telefone: a invenção do telefone é geralmente
atrubuida ao escocês Alezander Graham Bell que patenteou a invenção em 1876. No
entanto, o telefone foi inventado pelo italiano Antonio Meucci em 1860. A Invenção facilitou
a comunicação entre povos e a circulação de informações.
· A Concorrência Industrial: A expansão da Segunda Revolução Industrial
gerou uma grande concorrência entre grandes e poderosas empresas. Dessa concorrência
resultaram a formação de cartéis, trustes e holdings. As associações
empresariais formaram grandes Oligopólios que se transformaram em empresas
transnacionais.
o Truste: Associação de empresas de um mesmo ramo que se fundem com o objetivo de
controlar os preços, a produção e o mercado.
o Cartel: Agrupamento de empresas independentes que estabelecem acordos ocasionais
com o propósito de dividir o mercado e combater os concorrentes.
o Holding: Empresa que controla uma série de outras empresas, do mesmo ramo ou de
setores diferentes, mediante a posse majoritária das ações dessas empresas.
o Oligopólios: Damos o nome de oligopólio a uma situação,
na economia capitalista, em que poucas empresas têm o controle da maior parte
do mercado.
o Transnacionais: Grandes empresas com filiais em diversos
países.
O Imperialismo e o Neocolonialismo
Disputas por Colônias e Áreas de Influência: A partir de 1880, as grandes potências
capitalistas dividiram entre si a maior parte das terras do pleneta.
Grã-Bretanha, França, Bélgica, entre outros, protagonizaram uma expansão
colonial em terras da África e da Ásia. A essa fase do desenvolvimento do
capitalismo ficou conhecida como Imperialismo
ou Neocolonialismo.
Oportunidades de Investimentos: As formações dos oligopólios europeus criaram
grandes riquezas para os industriais que buscavam espaços para ampliar seus
investimentos. Assim, África e Ásia representavam um possibilidade para a
aplicação de capitais excedentes em obras como, por exemplo, a construção de
ferrovias.
Mercados Produtores de Matérias Primas: As novas colônias também representavam uma
nova fonte de matérias primas como carvão, petróleo, ferro e cobre., essenciais
para o desenvolvimento industrial.
Mercados Consumidores de Manufaturados: O principal fator que motivou a expansão
das grandes potências capitalistas foi a busca por novos mercados. Na Europa, o
crescimento industrial provocou uma concorrência acentuada e a queda nos
preços, levando muitas empresas à falência.
Ouro e Diamante: A África sempre foi reconhecida pela
riqueza de suas pedras preciosas. O ouro e o diamante africanos também atraíram
o imperialista europeu, que via na exploração desses recursos uma possibilidade
de enriquecer.
Rápida Expansão: O neocolonialismo foi realizado em uma velocidade
espantosa. Em 1880, quando o neocolonialismo foi iniciado, 10% da África estava
sob controle dos europeus. Boa parte desses 10% ainda era reflexo do
colonialismo dos séculos XV e XVI. Em 1890, 90% das terras africanas já estavam
sob domínio europeu.
Teorias Racistas do século XIX
“O Fardo do Homem Branco”: O neocolonialismo era visto como uma missão
civilizadora para os homens europeus. O europeu considerava todos que viviam
fora da europa como populações atrasadas que precisavam do homem branco para
ajudá-las a se desenvolver.
o
“Tomai
o fardo do homem branco! / Acabaram-se seus dias de criança / O louro suave e
ofertado / O louvor fácil e glorioso / Venha agora, procura sua virilidade /
Através de todos os anos ingratos / Frios, afiados com a sabedoria armada / O julgamento
de sua nobreza”. Trecho do poema “o
fardo do homem branco” de Rudyard Kipling, publicado em 1898.
· Racismo Científico: A ciência européia buscava explicar a
“superioridade da raça branca européia” sobre as demais populações do mundo.
Uma dessas teorias envolvia a craniometria, pesquisa que dizia ser o humano tão
mais inteligente quanto o tamanho do seu crânio. AS teorias racistas
continuaram a ser desenvolvidas mesmo após o fim do período neocolonialista e
foram usadas por Hitler para justificar a superioridade da raça ariana anos
mais tarde.
Justificativa para o Imperialismo: As teorias científicas racistas e o
pretenso “fardo do homem branco” serviam às potências capitalistas como
justificativa para sua exploração sobre as demais regiões do mundo.
A
Conferência de Berlim (1885)
Tensões na Europa: A corrida Imperialista gerou muitas
tensões entre os países europeus e sua empresas. Algumas potências queriam
manter seu império (como Grã-Bretanha e França) enquanto outras queriam
expandir suas posses (como Alemanha e Itália).
Conferência de Berlim (1885): Para aliviar as tensões na Europa, os
países imperialistas propuseram uma conferência com o objetivo de aliviar as
tensões e estabelecer as regras para a prática imperialista.
A Partilha Afro-Asiática: Ao fim da conferência, a África foi partilhada
entre os países imperialistas, no entanto, França e Inglaterra continuaram com
a maior parte das terras, mantendo as tensões na Europa.